Girley Brasileiro
1 - A festa acabou... perus, panetones e espumantes fizeram nossas alegrias da semana passada. Tudo extremamente fugaz, mas compatível, com a imediata retomada da vida cotidiana, que, a rigor, nem parou. Nem, ao menos, houve tempo para a cura da ressaca do réveillon e lá estava a vida voando e transmitida ao vivo e a cores pela TV: sai o velho governo, entra o governo novo, embora que com as mesmas caras e a renovação das velhas preocupações pessoais e coletivas, quase todas velhas e repassadas, preocupantes e caras. Promessas batidas e utópicas, pura retórica. Tomadas de per si as promessas são sedutoras. Se concretizadas transformariam as próximas festas de fim de ano em reais acontecimentos.
Pois é, desde o dia primeiro do ano, D. Dilma já manda desde Brasília. O fuxico por lá está grande. PT e PMDB se engalfinham na disputa do poder e, principalmente, pela grana que o contribuinte deposita, a toda hora, nos cofres da Fazenda. Até ameaças já rolam. Querem fazer de bolinha a Presidenta. A probrezinha, que dizem foi boa estudanta, termina, desse jeito, ficando doenta. Opa! terminei criando uma porção de maluquices ao tentar rezar pela gramática dela. Em bom e correto português, toda palavra que termina em ente, fica inalterada para designar qualquer dos dois gêneros. Exemplos: o paciente, a paciente; o doente, a doente; o estudante, a estudante; o presidente, a presidente.Presidente ou Presidenta o que importa é que ela seja firme na condução do Governo. Os desafios, ela já deve saber, são imensos: com as possibilidades da continuação do crescimento econômico, resta saber como equacionar os crucias gargalos da atual conjuntura. A infra-estrutura, por exemplo, está capenga e sucateada e a escassez de mão de obra qualificada é incomensurável. Recentemente, ouvi falar num termo novo, e que logo mais vai se tornar corriqueiro, que é o tal do apagão da mão de obra. E é verdade! Aqui em Pernambuco falta pessoal adequado para atender as novas demandas do boom no setor industrial local. Nem motorista de caminhão tem na praça. Estão "importando" do Sul, a peso de ouro. Falta gente qualificada aqui e falta no resto do país. A formação profissional, seja média ou superior, foi tema relegado a um segundo plano pelos governos. Faltam engenheiros no Brasil. Estima-se que as escolas estejam formando menos da metade do que formavam há dez ou quinze anos. Justo num momento em que esse tipo de profissional se torna tão necessário.
Voltando à infra-estrutura a coisa é quase uma calamidade: os aeroportos estão saturados, os portos andam "afogados" diante dos super volumes de carga e descarga. As estradas, meu Deus, nem se fala. Estas já não são quase, e sim verdadeiras calamidades.
Por outro lado, há uma preocupação profunda com as ameaças de volta da inflação, dados os fortes sinais constatados ao final do ano de 2010. E o Dólar? É outra ameaça. A moeda norte-americana perde valor por todo lado, é verdade, mas no Brasil a repercussão pode ser desastrosa. Vamos rezar para D. Dilma acertar no alvo.
2 - Fugindo da overdose televisiva de D. Dilma e percorrendo as ruas do Recife, constatei que este ano a decoração natalina foi mais caprichada. Comparada com as dos anos recentes, foi esplendorosa. Inovaram, com iluminação moderna e colorida.
A Avenida Agamenon Magalhães, por exemplo, está muito bonita. Para essa artéria, o ideal é que se conserve a iluminação indireta das árvores numa forma permanente. A cidade merece. Foto a seguir. O bairro do Recife Antigo teve um capricho digno, assim como a Avenida Boa Viagem. Finalmente tomaram vergonha. Quem sabe, agora, esqueçamos a decoração feita de trapos e tiras de plástico azul e encarnado – vergonhoso retrato vivo da roubalheira municipal – assim como as ridículas espadas de Jedai (acho que é assim que se escreve) de um ano mais recente. Agora tem uma coisa imperdoável: faltou uma boa limpeza na cidade, que continua cada vez mais suja. A coisa mais incrível foi que, posicionaram fortes refletores sob as pontes da cidade, deixando o lixo entulhado lá em baixo. Na ponte do Parque Amorim, por exemplo, quando a maré enche, as águas do canal sobem de nível, o lixo bóia e a iluminação feérica dá realce à sujeira. É dose... Uma vergonha. Sujeira, de preferência se limpa. Iluminá-la, nunca. O Recife, então, ficou como aquela mocinha bem maquilada, perfumada e bem vestida, com calçinha e sutiã em deplorável estado de sujeira.
Além de rezar para D. Dilma, lembremos do Prefeito João da Costa, nas nossas orações, rogando que ele acerte no alvo, também. É uma lástima, só nos resta rezar e com muita fé. Que jeito?
Tomado emprestado do Blog do GB
Um comentário:
O Equívoco dos "deuses"!...
Findo o Dia de Reis, desmontadas as árvores de natal, sobram lembranças das alegrias, mas também o rescaldo da realidade da tristeza dos esquecidos ou dos nunca lembrados pelo "Equívoco dos 'deuses'"...
Acessem o Blog J. P. Fontoura e verão porquê...
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