Plínio Palhano
A ideia do movimento Olinda Arte em Toda Parte surgiu entre os artistas e foi se consolidando como uma das realizações anuais da comunidade e da vontade política da Administração Pública do município, incorporando uma dimensão que envolve, na repercussão, todo o Estado de Pernambuco.
O seu percurso histórico se iniciou nos primeiros diálogos entre Tereza Costa Rêgo, Plínio Victor e Petrônio Cunha, dos quais surgiram os primeiros passos para concretizar um projeto que envolvesse não somente os artistas, mas também a cidade, numa participação viva de sua cultura. E, claro, para amadurecê-lo, esses artistas o compartilharam com outros companheiros, tais como Raul Córdula, Ypiranga Filho, Marcos Cordeiro, Luciano Pinheiro, João Câmara, Maria Carmem e Giuseppe Baccaro, que disponibilizou o Ateliê Coletivo.
Na primeira edição, em dezembro de 2001, coube a Raul Córdula o texto de apresentação do catálogo, com o título Utopia do Olhar, no qual inclui, com a competente visão histórica e crítica, todas as gerações de artistas que estiveram em Olinda contribuindo com suas obras, individualizando-os e incorporando-os à realidade de uma cidade que, por si só, já é uma obra de arte, com as importantes instituições, construções arquitetônicas e a paisagem natural.
Neste 10º Olinda Arte em Toda Parte, de 2 a 12 de dezembro de 2010, Raul Córdula não somente assinou o texto de apresentação, como foi o curador que proporcionou uma retomada do vigor das primeiras edições, numa concepção à altura do movimento que faz parte da vida da cidade, que tão apropriadamente o curador intitula como A Cidade do Artista, onde, segundo Carlos Pena Filho no poema Olinda, ´Ninguém diz: é lá que eu moro/Diz somente: é lá que eu vejo`. E, para homenagear aqueles artistas que foram os primeiros a se instalar na cidade e a dar a sua contribuição histórica, organizou uma exposição das suas obras no salão da Prefeitura de Olinda, considerando-os como os fundadores e, os herdeiros, seus filhos, também criadores expressivos, com trabalhos de várias vertentes estéticas expostos no Mercado da Ribeira e no Ateliê Coletivo de Olinda. A montagem dessas mostras foi concebida pelo projeto expográfico da artista plástica e museógrafa Amélia Couto.
Além do catálogo, com a publicação dividida em dois volumes - no primeiro, estão os artistas presentes no evento; no segundo, com os homenageados, os fundadores e os herdeiros -, da participação de 77 ateliês para a visitação do público e cerca de 240 artistas e artesãos, o movimento foi dinamizado com oficinas, palestras, apresentações culturais e um roteiro gastronômico temático. A partir dessa edição, o Olinda Arte em Toda Parte terá uma concepção permanente de vitalidade porque a cada ano se dará um passo mais ousado. É de se aplaudir a participação dos artistas e a importante iniciativa da Administração Pública no apoio, patrocínio e na estruturação para a concretização do evento.
Plínio Palhano é artista plástico
ppalhano@hotlink.com.br
Um comentário:
Mestre Hugo Caldas, mais uma vez, obrigado por veicular, no seu excelente Blog, o artigo Olinda, a arte e seus artistas.
Um grande abraço e espero que o ano que se aproxima possa nos favorecer na paz e na prosperidade.
Um fraterno abraço.
Plínio
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