Ana de Hollanda nega influência do irmão na sua escolha para o cargo
Sobre uma possível influência de Chico Buarque na sua escolha para o cargo, ela respondeu: “Não tem nada a ver. Tenho uma história, e a presidenta foi muito clara comigo: disse [que o convite] que foi pelo meu trabalho nessas áreas todas da cultura. Foi uma conversa muito boa, muito clara e sei que ela vai cobrar, bem como a sociedade. Não tem nada de troca de gentilezas. Vou falar o seguinte: o meu irmão sabia que estava sendo sondada, quem não vê jornal? O meu nome entrou em uma lista de 20, mas como nem eu tinha certeza de nada, ficou na brincadeira. Ele sabe do meu trabalho, estou tendo o apoio da família toda, estão torcendo, vou para Brasília”.
Ao comentar o próprio currículo, ela exaltou o trabalho na Funarte, como diretora de música entre 2003 e 2007, além de atuações na área pública, como na secretaria de Cultura de Osasco, quando era governada pelo PT, e no primeiro governo de Mário Covas, no início da década de 1980, também em São Paulo. Na Funarte, Antonio Grassi, que a convidara para o cargo, foi demitido pelo então ministro Gilberto Gil e, em função disso, Ana de Hollanda também deixou o órgão.
“Saí da Funarte porque o Grassi foi demitido, e havia sido convidada por ele. A gente, por questão até ética, tem de colocar o cargo à disposição. Se o trabalho do Grassi tinha sido mal avaliado, eu me sentia responsável também. A cultura sempre foi uma presença muito forte na minha vida. Há 30 anos estou discutindo cultura."
Atenção especial à criação
Ana de Hollanda defendeu uma maior atenção à criação. “O centro da cadeia produtiva da cultura está na criação. Quero dar grande atenção a essa área. É um fator essencial do povo brasileiro, que é a criatividade. A gente vê isso muito no futebol. E a produção que vejo é na música, no cinema, na dança, no circo, no design, no teatro, em todas as áreas a criatividade é muito rica. Então a difusão dessa área, não só no Brasil, mas fora, é muito importante. Fico lembrando a música do Maurício Carrilho e Aldir Blanc, que diz que o Brasil não conhece o Brasil”.
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