José Virgolino de Alencar
Observando a difícil luta do Brasil para punir os corruptos, principalmente os que se alojam em Brasília e se protegem com o manto da imunidade parlamentar, manto que se transforma em impunidade, logo me vem à mente a fábula que mostra como o ser humano tem enorme dificuldade de lidar com a humildade, mais precisamente, de encontrá-la dentro de si mesmo.
Conta a fábula que um grupo de extraterrestres chegou à Terra e procurou arrancar do peito do homem a humildade e, assim, transformar sua personalidade. Os seres extraterrenos abriram, então, o peito do homem e retiraram de lá a humildade e a levaram para o extremo plano cósmico, onde, pensavam eles, o homem jamais alcançaria.
Entretanto, um dos alienígenas, reavaliando a inteligência do homem, chegou à conclusão de que ele (o homem) devassaria o cosmo e recuperaria a humildade. Decidiram voltar à Terra e devolver ao homem a humildade. A justificativa do ET para a devolução do nobre sentimento da humildade foi a de que é exatamente dentro de si mesmo que o homem sente dificuldade em encontrá-la. No âmago de sua intimidade, o sentimento da humildade é indevassável.
Transportando a fábula para o Brasil, ou melhor, para Brasília, e fazendo um paralelo, é possível afirmar que os corrutos escondem-se na Capital Federal, essa ilha fabulosa brasileira, porque espertamente notaram que o crucial problema de nosso país é localizar dentro de seu “peito”, ou seja, de Brasília o “sentimento” da improbidade, o vírus da impunidade.
Por isso, ao contrário da fábula, é necessário ter coragem de abrir o “peito” do Brasil, extrair dele a corrupção, entregando aos ET’s para conduzirem ao remoto espaço e guardarem onde as artimanhas dos corrutos não possam atingir.
É pena que isso venha a parecer apenas mais uma fábula!
N.A. Artigo escrito e publicado em 2006. Como nada mudou, republico por ser bem atual.
Um comentário:
Boa tarde.
Quero parabenizar pela belo texto, o qual de forma sutil e inteligente mostra uma realidade, que a priori, parece ser indissolúvel, no entanto alimentamos a ideia que "não há mal que dure para sempre". Que essa "patologia" da corrupção seja banida com a vacina da ética, da moral, do respeito por sí mesmo, pelo amor que devemos ter a nossa Pátria. Parabéns.
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