quarta-feira, outubro 06, 2010

Brasileiro próspero da Era Lula finalmente encontra um papel no mundo: o de bobo

Felipe Atxa em 11 de setembro de 2010 Opinião - Brasil

A vulgaridade e a ausência de valores como princípios de vida se alastram dia a dia como um vírus pela sociedade brasileira. Certamente inspirados pelos exemplos que vêm "de cima", cada vez mais brasileiros - ricos e pobres - transformam o hábito de dar vexame numa nova categoria de arte (tipicamente nacional). Exemplos não faltam entre nossas tão faladas celebridades, que agora tratam de exportar sua crônica falta de senso civilizatório.

Após a horripilante apresentação de Ivete Sangalo em Nova York (uma monumental celebração do kitsch digno das piores produções B passadas em ilhas tropicais repletas de selvagens nativos), a elite da classe artística brasileira tratou de exibir uma inacreditável coleção de vexames em solo norte-americano: furação de fila, carteiradas, consumo de maconha, porradaria de pitboys cariocas, etc. (http://extra.globo.com/lazer/retratosdavida/posts/2010/09/06/disputa-por-ana-maria-braga-tumultua-festa-de-ivete-322035.asp)

A dublê de comediante e apresentadora de TV, Sabrina Sato, por sua vez, está se especializando em reafirmar pelo mundo a péssima imagem deixada pelo presidente Lula, de quem a garota já revelou ser admiradora. (http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/02/27/sabrina-sato-defende-presidente-lula-em-revista-754618097.asp). Nesta entrevista com um cantor adolescente (http://www.youtube.com/watch?v=JWVQja77mKg) , ela parece mais uma vez orgulhar-se de sua ignorância, enquanto tenta passar a conversa mole típica do malandro brasileiro numa criança anglo-saxã indiferente. O resultado é patético e, sem sombra de dúvida, mais um exemplo de como o brasileiro tem feito papel ridículo no mundo.

Seu famoso colega, conhecido por Impostor, especializou-se em outra arte cada vez mais identificada com o brasileiro: a presença forçada aonde não se foi chamado. O comediante - simulando ou não - penetra os lugares mais fechados, usurpando dos outros um dos mais naturais direitos humanos: aquele de estar na companhia apenas de quem se bem entende. O Impostor, como não poderia deixar de ser, é fã de Lula (http://www.youtube.com/watch?v=GwbcNjct4Uk). Cada um a seu modo representa a vontade nacional de uma inserção global à força, grosseira, exercício autoritário de malandragem. O que mais espanta, no caso do artista, é que ele invade espaços que poderia fatalmente frequentar licitamente. Mas a graça está exatamente aí: não basta, por exemplo, firmar acordos comerciais em que ambas as partes ganhem, para que tais relações tornem-se duradouras, confiáveis e lucrativas a longo prazo - a graça da coisa toda está em tripudiar a partir de vitórias meio imaginárias, fantasiadas. Enquanto o Impostor comemora pela empadinha roubada de uma festa na qual poderia ter entrado como convidado VIP, Lula brada que os países ricos se "borram" de medo de disputas comerciais com o Brasil. Cada vez mais, e a partir de modelos como esses, o brasileiro transforma-se na visita inconveniente que come de boca aberta e orgulha-se de não precisar puxar a descarga, uma espécie de Borat da vida real, vestindo uma camiseta onde se escreve "O Primeiro Mundo nunca mais será o mesmo" ou algo do gênero.

Tanto as celebridades que furam filas no exterior, quanto Lula (especializado em usar expressões chulas intraduzíveis em seus discursos internacionais) são faces de uma mesma moeda (literalmente falando). O Brasil - e o brasileiro, especialmente essa nova elite alavancada pelo financimento público, os corriqueiros empreendedores com capital alheio - é o novo-rico da vez no mundo, crente que liderança e poderio econômico são riogorosamente a mesma coisa, que prestígio se mede rigorosamente em PIB e dólar (e não é exatamente isso que quer dizer Lula, quando prevê que Caruaru será igual a Paris em 10 anos?). É a tragicamente cômica Lady Kate, cheia de dinheiro mas iletrada, peito estufado enquanto constrange os subalternos: porque afinal: "Tô pagannnndo...". (http://www.youtube.com/watch?v=5112ZVkjE-o&p=3A7E2A23C187E84C&playnext=1&index=35).

Não é de estranhar, portanto, que ao mesmo tempo que o brasileiro viaje mais ao exterior (porque tem dinheiro para fazê-lo, ou crédito), ele notabilize-se por ser o povo mais barrado em aeroportos pelo mundo (http://www.estadao.com.br/noticias/geral,brasileiro-e-o-mais-barrado-em-aeroportos-da-europa,606307,0.htm). Motivos reais ou imaginados não faltam: especialmente a habitual falta de garantia de que retornará ao seu país de origem, paraíso na Terra. Outro fenômeno tipicamente nacional: embora ame seu país e ache que sua vida por aqui melhore a cada dia, são poucos os brasileiros que hesitariam mais do que alguns segundos em mudar para outro lugar de mala e cuia. Até nossa primeira-dama já tratou de se garantir (http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u48600.shtml). Ao contrário do que possa apregoar Lula, europeus e norte-americanos não são tão otários assim e parecem já ter percebido que as duas maiores alegrias do brasileiro são nascer por aqui e se mudar, um dia, para Londres ou Boston.

É provável que nunca antes um povo tenha demonstrado tamanha felicidade em ser desprezado ou ignorado por outros povos, ou tenha se regojizado tanto pela própria ignorância, pelas próprias gafes, pela empavonada ausência de senso de ridículo. É ou não é herança cultural dessa elite lulista, esquerdista, tropicalista, arrivista...?

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