Você acha isso certo?
Girley Brazileiro
Pensando bem, “é assim mesmo” coisa nenhuma. Não podemos nos conformar com um estado de insegurança tão gritante e desesperador (desesperador, quer dizer, sem esperar, sem esperança).
O brasileiro de hoje, acha “normal” uma pessoa ser assaltada e ter todos seus pertences levados por um marginal ou um bando desses. O que é isso minha gente?
Eu ando chocado com as reações das pessoas que me atendem na policia, no banco, nas operadoras de cartões de credito. É incrível, como a coisa virou uma rotina na vida brasileira.
No banco a gerente de relacionamento, me disse: “ah! O senhor também foi sorteado!” Veja bem meu caro leitor, que a palavra sorteado vem de SORTE. Desde quando ser assaltado significa ter sorte? Vôte, esse tipo de sorte eu não desejo a ninguém.
Nas administradoras dos cartões de crédito, já existe um número especifico para atender os clientes assaltados. Meu Deus, que miséria! E o pior é que se percebe que as pessoas que atendem já estão tão habituadas a essa rotina, que choca. Curioso, perguntei quantas pessoas eram atendidas nesse tipo de situação, por dia. A mocinha, no outro lado da linha, me assegurou que era uma após outra. Fiquei horrorizado com a reposta, enquanto ela engatou uma perguntinha prosaica: “Mas, o senhor está bonzinho?” No ato, respondi: “O que você acha minha filha?” É danado, o cara sai de um assalto, se tremendo, pressão arterial lá em cima, preocupado em bloquear os cartões de crédito da vida e ouve uma pergunta dessas... Depois fiquei pensando mais ponderadamente que ela podia querer ser gentil e, quem sabe estava “festejando” um cliente que saiu vivo da aventura e que vai continuar consumindo. Mas, até chegar a esta conclusão tive que amargar maus momentos.
Uma amiguinha do meu filho encontrou-me, dia seguinte ao episódio e, a me ver, foi perguntando: “Tudo bem Tio?” Acho que com uma cara de espanto respondi: “Bem mesmo, não. Meu filho não lhe contou o que sofri, ontem?” A resposta foi: “Ah! Contou... mas, tá tudo bem, fora isso?”. Atente, caro leitor ou leitora, para o “fora isso”. Acho que é tão banal ser assaltado que as pessoas não ligam mais para o fato.
Sinceramente, estou desolado com tudo que rodeia essa coisa. É ou não é desesperador? Para mim, é!
Não acho certa essa pusilanimidade coletiva, nacional. Algo tem de ser feito. Embora que eu não saiba por onde começar. É problema para o Governo. Governo...ah! meu Deus!
Cada um que sai de casa, esposa, filha, filho, nora, genro, é quase um pânico. No meu caso, nem é bom falar. Ando espiando para cada lado. Comprar pão gostoso já não é mais prioridade. Ir ao Banco é outra preocupação. Entrar no supermercado mais uma agonia. Um motoqueiro usando capacete ao meu lado, no transito, é estresse extremo.
O assalto virou rotina. Alguém me disse que é "modalidade esportiva" para alguns indivíduos. Um amigo acha que, como brasileiro é festeiro, logo mais vai se adotar o hábito de dar uma festa quando se sair ileso de um desses “eventos”. Cada amigo leva uma bebida ou um prato, já que o festejado está liso, leso e louco. Liso de grana, leso devido ao choque e louco de raiva. Serve para relaxar o amigo assaltado. O idealizador, contudo, lembrou que o pior é que, como é rotina, pode acontecer comemoração todo dia. Humor negro!
Mas, voltando ao “algo tem de ser feito”, temos que assumir uma postura de cobrança e rigor, com nossos governantes. A segurança é uma coisa garantida pela Constituição. Temos uma oportunidade de viabilizar uma melhoria na nossa qualidade de vida. Uma política social de vergonha tem que nascer neste país. Mudemos nossos administradores, em Outubro próximo. Esta bandalheira não pode continuar.
Você acha certo confirmar esses administradores de hoje, que declaradamente legislam em favor dos bandidos? Pelo amor de Deus, me diga se você acha isso certo? Acorda Brasil!
NOTA: Sem ilustrações em sinal de protesto!
Um comentário:
Girley: “....esses administradores de hoje, que declaradamente legislam em favor dos bandidos?”, na realidade, estão legislando em causa própria, se autoprotegendo, porque são eles os primeiros a assaltarem os cofres públicos, ou seja, o nosso bolso, e não querem punição para tais criminosos procedimentos.
Candidatam-se para auto-imunizar-se e gozar da impunidade.
Para isso, preparam com eficiência essa legislação que facilita a ação da bandidagem.
E nós? Que coloquemos grades em nossas casas, nos tranquemos nelas e vejamos o sol quadrado.
Chamar a polícia? Nem pensar.
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