
Em maio deste ano, em tom de demagogia eleitoral, o presidente Lula anunciou um “Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack”. Não é a primeira vez que o Governo faz coisa assim. Em junho do ano passado prometeu uma série de medidas para combater o crack; e não cumpriu.
Essa coisa é muito séria. O país tem mais de 600 mil pessoas viciadas na droga. E o consumo dela tem tido um efeito devastador na sociedade.
Existem drogas legais e ilegais. Temos drogas leves e pesadas. Drogas que geram dependência e outras que não geram. Mas, todas trazendo prejuízo a seus usuários e circunstantes.
Bebidas alcoólicas aparecem de forma maciça nos acidentes de trânsito, causando a morte às vezes de quem nunca tomou uma só cerveja. Mas, também é maciça a propaganda delas em toda a mídia.
O crack tem sido apelidado de droga do pobre, mais barata que a cocaína e com o mesmo efeito.
No mercado, um grama de cocaína custa seis reais no atacado e vinte e cinco no varejo, o que dá um lucro de 300%. O crack custa ao traficante, quatro reais o grama e é revendido por doze reais, com 200% de lucro. Ocorre que a clientela compradora em potencial está nas classes C, D e E. Somam 162 milhões de pessoas!
A forma mais destrutiva da cocaína é o crack. Cheirando cocaína o viciado expõe uma pequena área da mucosa do nariz para absorver a droga. Daí até o cérebro ela percorre um caminho tortuoso e sofre ataques defensivos naturais do organismo, pelas esterases, que tentam defendê-lo da intoxicação. Do pó cheirado apenas um terço das moléculas de cocaína chegam ao cérebro.
Com o crack a coisa muda. A fumaça da droga puxada do cachimbo pelo viciado inunda os pulmões que possuem uma área enorme com alvéolos especializados em trocas gasosas e onde a ação defensiva das esterases é praticamente nula.
Resultado: o cérebro recebe 90% das moléculas de cocaína que entraram no pulmão.
Se a cocaína aspirada leva cinco minutos pra fazer efeito, o crack age plenamente em cinco segundos.
Segundo um viciado, Rafael Ilha, 37 anos “o barato, é uma maravilha. Uma sensação de hipervida. Você ouve mais, vê mais, tem o olfato mil vezes mais sensível, o toque idem. Os seus cinco sentidos se multiplicam ao infinito”.
Mas entre os consumidores de drogas o crack é considerado como o ápice do circuito do desespero. Os viciados nele desenvolvem psicoses e são apelidados de “noia”: têm delírios, ouvem vozes, desconfiam de tudo e de todos. São considerados como alguém já no limiar do humano. Nenhum outro ser sofre tanto preconceito como um “noia”
Cada uma das drogas tem algo de cultura, alegria ou poesia.
Segundo Laura Capriglione e Mário César de Carvalho, da Folha de São Paulo, “assim como o ecstasy é a droga do sexo, das raves, do amor, o crack é a droga inculta e maldita que leva você ao lixo. O crack não tem poesia. Conforme a gíria carcerária o crack é a “raspa da canela do diabo”.
Um comentário:
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