
Merval Pereira
Fora o fato de que, se não fosse Lula, a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República pelo PT jamais existiria, neste momento da campanha eleitoral ela só existe pela expectativa de que o presidente Lula terá a capacidade de levá-la à vitória em outubro.
Mas as notícias não são boas, nem as objetivas nem as de bastidores, que falam de novas pesquisas, depois da saída de Ciro Gomes, que indicariam a ampliação da vantagem do tucano José Serra sobre Dilma.
A campanha de Dilma não passa um dia sem ter sobressaltos, e sempre relacionados com uma maneira nada popular de se comunicar da candidata oficial, o que exacerba o contraste com as virtudes performáticas de seu padrinho, ampliando os defeitos da protegida novata em campanhas eleitorais.
Os movimentos bruscos do presidente nos últimos dias, alternando uma excitação desproporcional com uma emotividade excessiva diante da aproximação do final do seu mandato, indicam que as coisas não estão saindo como ele planejou.
Ele mesmo teve a sinceridade de revelar, chorando, no discurso de 1 de Maio da CUT, numa extravasamento de sentimentos contraditórios que parece estar experimentando, que ser indicado pela revista "Time" como uma das personalidades mais influentes do mundo fez seu ego "engordar" um pouco mais, a ponto de já não caber "dentro das calças".
Fora o fato de que a metáfora é confusa e de mau gosto, fica o registro de um momento de fragilidade emocional de um presidente extremamente popular que vê se aproximando o fim de seu "reinado" e que quer desesperadamente ter um terceiro mandato indireto através de sua escolhida.
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