No início da carreira, nos anos 30, Anthony Rudolfo Oxaca Quinn sentiu-se discriminado em Hollywood por sua ascendência estrangeira. Ao morrer, em Boston, nos Estados Unidos, aos 86 anos, esse filho de pai irlandês e mãe mexicana havia se tornado uma legenda do cinema mundial. Dono de uma coleção de interpretações célebres, Anthony Quinn será lembrado especialmente pela magnífica atuação em Zorba, o Grego. Ele nunca recusava trabalho, mesmo que não obtivesse o papel principal. Foi como coadjuvante que conquistou dois Oscars. Depois de três casamentos, 13 filhos e mais de 100 filmes, dedicava-se à pintura e à escultura, por considerar que o cinema não lhe havia permitido expressar tudo o que sentia.
Abaixo o trecho final de "One Man Tango" sua auto-biografia
“Não há como evitar a morte. Não há mais jeito. Contornei-a enquanto pude, à pé, de bicicleta, mas finalmente ela me pegará. Nenhuma bala na cabeça, nem suicídios mais amenos, mas ela virá. Agora sei. Estou aqui por enquanto. Sem caixão de pinho sob sete palmos de terra, nem urna esquecida em cima da lareira. Não, já pensei nisso. Quero que meus doze filhos me carreguem para a montanha mais alta de Chihuahua e me deixem apodrecer ao sol quente. Posso imaginar a cena, transportado ao solo fértil da minha juventude. Meus testamenteiros têm o mapa exato da região. Descansando no topo do monte, servirei de repasto aos corvos. Meus filhos voltarão para casa, para o resto de suas vidas, e os pássaros bicarão meus restos. Pouco a pouco, vão me defecar por todo o país devolvendo-me à terra de onde vim, fazendo de mim para sempre uma parte do México”.
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