Girley Brazileiro
Sempre fiquei muito impressionado, nas viagens a serviço no exterior, com as instalações das embaixadas brasileiras. Muitas são palácios monumentais. Paris, Roma (um palacio histórico), Madrid, Lisboa, Haia, Tóquio, Buenos Aires (foto), Montevidéu e Santiago do Chile são bons exemplos, entre as que já visitei e, em algumas, cheguei a cumprir missões de trabalho.
Não tenho como não achar que, em boa parte, são verdadeiras extravagâncias, em face dos custos altíssimos que representam para os cofres da Nação. No final de tudo, é o pobre e coitado do contribuinte, quem paga a conta, sem nem, ao menos, saber. O Governo esbanja lá fora, tirando do povo que padece da falta de segurança, transporte público digno, educação e saúde, infra-estrutura etc.etc.
Mesmo entendendo que seja necessário se manter uma instalação elegante e à altura da importância de alguns paises estratégicos, considero que deviam ser mais sóbrias, menos dispendiosas e, sobretudo, mais eficientes, coisa que de modo geral não acontece, gerando muitas criticas.
Meu comentário teve origem no inicio da semana, depois que recebi de uma leitora – Cristina Henriques – um email com um artigo de Xico Vargas criticando as aberturas de novas embaixadas brasileiras, mundo afora. O texto é, ao mesmo tempo, divertido pela forma e revoltante no conteúdo. Segundo Xico, o Governo Lula abriu, nos últimos dois anos, um montão de embaixadas e consulados-gerais em lugares remotos, desconhecidos e sem nenhuma importância político-diplomática. Lugares onde brasileiros não pisam e onde não se faz negócios. Um verdadeiro despautério. Absurdo dos maiores. Segundo apurou-se, a idéia de Lula é conquistar votos na ONU para colocar o Brasil no Conselho de Segurança.
O caro leitor ou leitora já ouviu falar de Bamako? É uma “trepidante” cidade capital do Mali. Sabe onde fica? Não vá procurar no Atlas, eu lhe digo: fica na África. Ali defronte. Para que servirá nossa embaixada por lá é o que muita gente pergunta. Juntas com esta, foram criadas mais de quarenta novas embaixadas e consulados-gerais instalados em “importantes” cidades, destacando-se: Basse-Terre, Baku, Castries, Conacri, Cotonou, Gabarone, Malabo, Novakchott, Roseau e Uagodua, esta última é a capital do “potencia” Burkina Fassu. Não conheces? Pois saiba que existe este lugar. Quem já ouviu falar dessas localidades? Acho bom anotar os nomes para uma eventual passagem e a necessidade de buscar nossa embaixada. Nunca se sabe... Quem gosta de turismo exótico...
Ah! Tem um outro interessantíssimo destino, onde podemos encontrar uma vigorosa presença diplomática: Belmopan, a sossegada capital de Belize, com 15 mil habitantes. Eu disse mil, não foi milhões! Menos do que o que comporta o Ginásio de Esportes da Imbiribeira, no Recife. Onde fica Belize? Nas beiradas da América Central, apertada entre o México e a Guatemala. Conta com apenas 350.000 habitantes. Diga-me uma coisa: para que uma Embaixada Brasileira num país tão minúsculo? Duvido que envolva interesses comerciais. Deve ser bom para quem exerce missões por lá. Pode até morar em Miami. Claro, não deve ter movimento! Ou mora mesmo por aqui. Vez por outra dá um pulinho por lá, bota um punhado de Dólares no bolso e pronto.
Além dessas extravagâncias e absurdas (será um pleonasmo?) o Governo atual vai deixar, segundo Xico Vargas, uma inesquecível recordação: comprou em Nova Delhi, por 5 milhões de Dólares um terreno, onde construirá – no futuro – a nova Embaixada Brasileira na Índia. Are Baba!!!!! E em Genebra, pagou 40 Milhões (releia este valor) de Dólares por um prédio que abrigará as representações brasileiras.
Sinceramente, acho que este Governo perdeu a noção das coisas. Milhão de Dólares, para ele, é besteira. Não vale nada.
Pense quanto custará manter essas ridículas embaixadas, desses “importantes” países. Deve ter muito diplomata disputando na tapa um lugarzinho para fazer “um pé de meia”. Sim porque passa dois anos numa espécie de “exílio”, quando vai por lá, e volta com um patrimônio garantido para o futuro. Esse pessoal ganha em Dólar, recebe verba de representação, tem imunidades político-diplomáticas, isenções fiscais, moradias reais e uma serie de outras vantagens pessoais e para membros da família. Dá para acreditar? Isto é o que eu chamo de governo perdulário.
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