sábado, março 07, 2009

FASCISMO DE BATINA

Carlos Mello

Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife. Vamos guardar o nome dessa fera. Ela expressa a grande doença de nossa sociedade – truculência, hipocrisia e absoluta falta de amor ao próximo. Este foi o homem designado pelo Vaticano para substituir a doce figura de D. Hélder Câmara, a quem a ditadura militar odiava tanto que chegou a empenhar-se para que não lhe fosse concedido o prêmio Nobel da Paz.

Diante de uma tragédia dessas, esse obtuso prelado toma as seguintes providências: 1) excomunga a pobre vítima do estupro; 2) excomunga a equipe médica que cumpriu com o dever sagrado de salvar uma vida; 3) declara que “muito mais grave que o estupro é o aborto”. Isso não é só maldade. É também – como diria o velho Gondin da Fonseca – ultrapassar exageradamente os limites da imbecilidade.

O bispo não quer falar de pedofilia. Realmente, é duro falar de corda em casa de enforcado. Com tantos casos desses dentro da Igreja Católica, é melhor dirigir o foco da atenção para outro lado. E assim, ele ajuda a dar força aos que querem fazer crer que o clero católico é uma súcia de pedófilos. Já vemos que a inteligência não é o forte do homem.

Quero levantar uma hipótese para isso. Sabemos que tão logo foi proclamada a excomunhão, surgiram de todo lado pessoas em busca desse soberbo galardão: ser excomungado pelo Dom Sobrinho. Uma jogada de gênio. Cobrar pela excomunhão. O que é isso para uma igreja que já vendeu indulgências? Daqui a pouco ele estará riquíssimo. Tão rico quanto seu parceiro, o bispo Macedo, que exige dar como endereço de sua catedral, no Rio, o nome antigo de Avenida Suburbana – só para não ter que falar no nome atual, de Avenida Dom Hélder Câmara. E viva nosso saudoso Padre Hélder! Com dois rivais desses, quem precisa de prêmio Nobel?

6 comentários:

Celso Japiassu disse...

Dá-lhe, Carlinhos!
Dá-lhe, Hugão!

Anônimo disse...

De pleníssimo acordo. Este senhor deveria ser compactado eletronicamente e reativado no século XII ou XIII, a que pertence. É um exemplo tão gritante de crueldade dogmática que mal dá para acreditar que tenha acontecido no século XXI. Carlos Ramires

Anônimo disse...

Carlitos,

Eu também estou atônita com essa besta fera. É inacreditável, o medievalismo dessa mente insana. Agora mesmo estava conversando por telefone com um amigo, Jader Britto, que é cristão, católico e edita um jornal ecumênico Meditação Cristã, com projeto gráfico meu. Ele também está revoltado. O jornal tem o espírito do Ebenezer que faziamos juntos. No próximo nímero vai ser publicada uma matéria em homenagem ao D. Helder, que faria 100 anos e que precisa ser lembrado por sua mensagem de amor e solidariedade.
Abrs Cecília Jucá

Anônimo disse...

Esse filho do demo de uma figa não tem nem a decência de manter-se calado para evitar expressar esses pensamentos indecentes e cretinos. Pobres dos que fazem parte da igreja desse miserável. Nancy Nunes

Anônimo disse...

São posturas extremadas como a deste bispo que fazem a Igreja Católica perder mais e mais adeptos no Brasil. A menina, cujo útero não suportaria uma gravidez gemelar, iria morrer se a gestação fosse levada adiante. Mas, para o Bispo, a tripla morte parece ser moralmente aceitável do que a interrupção provocada. Desta forma, a Igreja Católica abre espaço para as igrejas neopentecostais enquanto outras, como a Presbiteriana e a Batista, vêem diminuir o número de fiéis. Muito triste.

Anônimo disse...

Em tempo: Dom Hélder Câmara, um cearense cujo coração era maior que o mundo, é também admirado pelos protestantes das igrejas históricas (Luterana, Anglicana, Presbiteriana, Metodista e Batista) no Brasil.