domingo, janeiro 04, 2009

"Na vida tudo passa", mas Lula continua


2009 começou para o Blog com gosto de gás. Recebi esta manhã uma mensagem do amigo Marcus Aranha que me apresentava esse texto de Sonia van Dijck, a quem não conheço. Ainda. Não só lí mas decidi postar aqui neste humilde bloguinho onde vários amigos/as fazem as vezes de donos da casa. É preciso que textos dessa natureza tenham a mais ampla publicidade possível. Vamos deixar de repassar piadinhas e brincadeirinhas com os donos do poder. Brincadeiras e piadas nós fazemos com quem a gente gosta. Ou respeita. Que este texto seja o inicio de uma longa série e que algo mude neste país. H.C.

Sônia van Dijck


Este não é o tipo de texto mais adequado para a época natalina. Mas, acabo de receber mensagem de um amigo, repassando um outro texto cujo título tomo emprestado: "Na vida tudo passa". O texto repassado por meu amigo faz um balanço do feitos e feitos do governo Lula e acena com a esperança de que Lula passe. Por isso, acrescentei "mas Lula continua". E como!... - uma ostra agarrada à pedra do poder sem fim.

Eu já havia dito meu pessimismo em alguns textos mandados aos amigos: Lula veio para ficar e não vai sair do poder. Recomendo que leiam a VEJA. Lamentavelmente, parece que meu pesssimismo não é pessimismo; é certeza do que virá.

Desde 2003, vimos o Brasil mergulhar em um abismo interminável de escândalos de corrupção. Denúncias e denúncias de crimes contra os cofres públicos. Primeiro filho e primeiro irmão envolvidos em jogadas obscuras nunca apuradas.

Todos os escândalos levam sempre ao enriquecimento ilícito. Vimos frota de carros pagos pelo contribuinte para o serviço de luxo da primeira filha. Obras superfaturadas já se tornaram notícias banais. Ninguém jamais foi punido - e isso também já é fato banal.

Vimos primeira dama que desistiu da nacionalidade brasileira e virou italiana (os machos que babam de inveja de Sarkozy precisam saber que a deslumbrante Carla Bruni, hoje Mme. Sarkozy, aquela que nunca teve amantes clandestinos, que nasceu riquíssima e italiana, tornou-se francesa por respeito ao povo francês, pois uma primeira dama tem orgulho da nacionalidade do povo que seu marido preside; a bela Michele Obama, de sofisticada formação acadêmica e de respeitável atuação profissional, orgulha-se de ser americana, como o povo que elegeu seu marido, e não pensa em pedir a nacionalidade de seus antepassados africanos).

Vimos amigos, compadres, churrasqueiro, correligionários, companheiros, marqueteiros, apoiadores do governo, banqueiros amigos, assessores, ministros, ex-ministros, um número incalculável de figurões e figuronas do governo Lula envolvidos em denúncias de crimes graves, menos graves, pouco graves, pode ser que graves. Nunca se sabe/soube se há/houve ou não crime, pois a Lei muda conforme a denúncia, de acordo com o andar da carruagem, segundo o parentesco sanguíneo ou ideológico dos denunciados, de acordo com o dia do magistrado que pede vistas do processo ou com a fartura inesgotável da dinheirama dos cofres públicos e a generosidade compulsória do contribuinte.

Nesse meio tempo, houve putas, cafetina, esposa, ex-esposa, amante, ex-amante, talvez-continue-amante (nunca se sabe), secretária, ex-secretária, depondo, declarando, informando, confidenciando, no noticiário dos escândalos da República.

Vimos Severino Mensalinho ser elevado à dignidade de cidadão exemplar do alto de um dos palanques de Lula. A partir de janeiro, Severino Mensalinho será prefeito com direito à chave do cofre de uma cidade do interior de Pernambuco - de olho na oportunidade federal, na qual já mamou com força. Severino é aprendiz de feiticeiro diante de Zé Dirceu, que deu a volta por cima, continua impune e virou celebridade internacional politicamente correta e ainda se faz de representante do povo brasileiro.

Palocci tem o que ensinar a Severino e a outros fichinhas: virou responsável pela reforma tributária - que nunca sairá do papel. Quem lida com lixo, tem que consultar Palocci, para se sair bem.

Vimos atletas cubanos serem rapidamente devolvidos à Ilha, e o embaixador das FARCs e sua mulher serem protegidos pelos petistas, sendo ela uma das comensais do dinheiro de nossos impostos em um cargo figurativo em Brasília - a fim de sustentar o tal padre-marido que não tem, oficialmente, direito de trabalhar legalmente no Brasil.

Vimos ameaças de vários tons à liberdade de opinião e acompanhamos a crescente e eufórica amizade entre Lula, Chávez, Morales e Correa - para não falar da desastrosa Cristina, tão paparicada por Lula, e do bispo socialistóide exaltado pelos petistas.

Perdemos instalações da Petrobrás, levamos calote de "companheiro" e vimos tudo ser explicado pelo ministro Top-Top Garcia, que sempre olha para o futuro bolivariano da América Latina.
Vimos o Forum de São Paulo tramar o socialismo oportunista, para mais enriquecimento das contas bancárias no estrangeiro das lideranças revolucionárias e seus comparsas. Aturamos a presença de representantes das FARCs no Forum de São Paulo e ficamos sabendo de suas lições de terrorismo para treinar os militantes do MST.

Vimos a propriedade privada ser demonizada pelos petistas e concedida ao vandalismo do MST, que diz lutar por uma reforma agrária que Lula não fará, mas continua dando apoio ao governo Lula, pois é o braço armado e bem treinado do petismo, a ser acionado quando for necessário.

Vimos a ampliação da Bolsa-Tudo-e-Qualquer-Coisa, fomentadora do desemprego, da preguiça, mas fértil em votos e índices de apoio a Lula e seus seguidores - apesar dos pesados cortes no orçamento da saúde, da segurança pública e a educação (sem falar do sucateamento dos hospitais universitários e dos cortes de bolsas de pós-graduação e pesquisa). Nesse meio tempo, em meio a denúncias de roubo dos cofres públicos, algumas figuras foram silenciadas pela morte, e o caseiro Francenildo continua na miséria do desemprego. E não faltou madeira ilegal da amazônia e nem passeio de iate na Bahia, na alegria dos petistas socialistas donos do poder (no passeio de iate, a ministra que defende o socialismo, desde que seus amigos bem burgueses tenham iates para seus passeios de recreio dos compromissos revolucionários, pôde gozar das delícias que o capital pode proporcionar...).

Não tardaram as notícias de reitores de universidades, de juízes, de delegados e outras autoridades constituídas (nem falo de deputados, senadores, governadores, prefeitos e vereadores enrolados em grossas falcatruas) envolvidos em crimes contra o erário. Falar de policiais envolvidos com o crime organizado e da crescente violência urbana é assunto trivial, em um país onde o crime (de toda natureza) se tornou banal, e a segurança do cidadão em qualquer cidade e o destino da grana dos altos impostos não passam de trivialidades que jornalistas da tal imprensa burguesa e reacionária teimam em lembrar ao governo Lula.

A impressão que se tem nos últimos anos é que o crime é uma instituição nacional: quem pode rouba milhões; quem não pode tanto, invade minha casa e leva o celular de minha cozinheira, pois era o que estava mais fácil para ser levado...

No Brasil de hoje, rouba-se tudo e qualquer coisa - o cidadão é a única vítima. Recentemente, ficamos sabendo que o contribuinte sustenta/sustentou a mulher que trepou com Luís Eduardo Magalhães, e como, espertamente, teve um filho desse amor incomensurável, passou a merecer por seus méritos de fertilidade um salário polpudo para ficar em casa, cuidando do rebento da pulada de cerca de um figurão da República.

Ou seja: 1) o que não passa de um assunto de família foi/é pago com a generosidade do contribuinte; 2) um político metido a rei-da-cocada-preta, filho de um político metido a imperador-da-cocada-preta, afoga/afogou o ganso ou saiu do feijão-com-arroz e os brasileiros pagam o pato. Renan Calheiros, então, esteve dentro da permissividade da República, quando quis variar o cardápio.

Pedro I devia ter feito escola: encontrou um imbecil para sustentar Domitila e o resultado de sua incontinência viril, varrida para debaixo do tapete sem explorar o contribuinte. Mick Jagger não ensinou aos políticos brasileiros como suar a camisa em um show para pagar a pensão do rebento acontecido de uma transa paradisíaca... - como todas as transas...

No Brasil de hoje, o cidadão brasileiro gosta de sustentar as trepadas dos políticos e adora pagar polpudas pensões aos rebentos da República, para que as mamães consagradas pelas trepadas clandestinas com a aristocracia republicana possam cuidar dos filhotes - se esses machos incontinentes tivessem que arcar com as devidas pensões do próprio bolso, não entrariam em "alfa" na hora da transa e usariam a camisinha das campanhas oficiais contra a AIDS e a gravidez indesejável - ou seriam o suficientemente decentes para não repassar aos cidadãos suas ejaculações extraconjugais. Mas, todos eles contam com o espírito humanitário compulsório do contribuinte... e a atitude de cordeiro manso do eleitor - e seus rebentos sempre custam pequenas fortunas, para não serem crianças abandonadas - até que o escândalo lhes tire da aviltante clandestinidade mantida com dinheiro público e lhes conceda a dignidade de cidadãos com paternidade reconhecida. O que as esposas/viúvas desses machos republicanos exemplos de virilidade pensam, para mim, é assunto de família, de interesse privado - só lamento ter que pagar a conta da pulada de cerca... (e são meus impostos usados para pagar as pensões milionárias da irresponsabilidade sexual desses faunos públicos que me autorizam a tratar do assunto).

E veio a crise mundial assombrar o mundo no fim de 2008. E Lula, do alto de um de seus vários palanques, já declarou que a crise chegará/chegou ao Brasil como "marolinha" - e eis a fala do estadista que preside o país mais poderoso no cenário capitalista internacional - o mundo que se cuide, pois Lula falou e seus correligionários e seus bolsistas acreditam que o capitalismo no Brasil é uma ilha de prosperidade.

E chegamos ao fim de mais um ano. E tudo está preparado para a continuidade de Lula - parlamentares petistas e aliados oportunistas aguardam o fim do recesso legislativo para impor ao Brasil a perpetuidade de Lula. Afinal, a fajutice da candidatura de Dilma foi só para desviar a atenção da articulação - do mesmo modo que o dossiê dos gastos do governo FHC foi montado para desviar a apuração da farra dos cartões corporativos da entourage socialista de gosto refinado do governo petista.

2009 não será uma nova era e nem mesmo um mero ano novo - tudo é velho na república socialista-petista: crimes e impunidade. Todos os figurões que ocuparam o noticiário e até mesmo o tal irmão "lambari" têm a festejar o velho estilo socialista de ocupar o poder: deu tudo certo e ninguém foi punido (salvo Marcos Valério que vai ver o novo ano nascer quadrado porque achou que já estava na nova era da permissividade criminosa e não soube guardar os limites táticos da conveniência socialista).

Indiciados, suspeitos, acusados, beneficiados por liminares, agraciados pelas dúvidas éticas dos magistrados do STF, brindam mais um ano de petismo. Políticos corruptos, compadres, marqueteiros, churrasqueiros, prefeitos safados dos cafundós-dos-judas e o afilhado da rapariga do delegado comemoram o êxito do petismo - os bolsistas comemoram com frango assado na noite de ano novo e pedirão aos céus que o próximo ano lhes garanta o desemprego com Bolsa-Qualquer-Coisa e mais um filho ou neto, para garantir aumento da esmola de Lula-messias.

Enquanto isso, Lula, Chávez, Morales e companhia, depois do recreio de piadas 5 estrelas na Costa do Sauípe (sejamos socialistas, mas sem o exagero de abrir mão do luxo que muita grana pode pagar por uma diária bem burguesa, tão apreciada pelos capitalistas...), organizam ações conjuntas para fazer da América Latina a miséria política e ideológica que eles apreciam na moribunda Cuba. Os bancos no estrangeiro são discretos em relação às contas dos revolucionários latino-americanos.

Os contribuintes brasileiros continuarão a pagar a farra socialista e os bolsistas de Lula a aplaudir, na poeira dos palanques, a manutenção do clientelismo arcaico e terceiromundista, que lhes garanta comida na mesa sem trabalhar - no fim de cada comício, devorarão um sanduíche miserável e um copo de refrigerante, subirão no ônibus, rumo a um distante destino da civilização - o ônibus já estará pago pela prefeitura, com o dinheiro do contribuinte....
E eu continuarei a receber textos de meus queridos amigos insatisfeitos com o petismo-lulismo. E escreverei outros tantos - cada vez confessando meu crescente desengano em relação ao futuro.

Desculpem-me os amigos, mas começo a pensar que somos inúteis em nossa atitude crítica. Lula veio para ficar, e o petismo é mesmo um rolo compressor de qualquer opinião discordante. Foi assim na Alemanha de Hitler. Está sendo assim no Brasil - e na América Latina. Ainda que Marx tenha dito que a História se repete como farsa - azar nosso: a História está se repetindo em nossa casa.

Nós não sabemos como tirar Lula do poder. Somos incapazes de devolver o Brasil à decência. Não sabemos como combater o socialismo bolivariano dos novos poderosos da América Latina. Não temos como desmascarar a aliança Lula-Chávez-Morales-Cuba-FARCs. Não temos como denunciar a estratégia do Forum de São Paulo. O mundo não acreditará em nós. Foi assim em 1939, na Europa. Os fatos precisam acontecer para que a História seja crítica.

Como milagres não acontecem, vamos viver a continuidade de Lula e o bolivarianismo. 2009 não trará nada de novo - salvo a radicalização para a permanência de Lula, graças a uma mudança na Constituição - já programada para o fim do recesso.

Até 2009. Vou continuar por aqui - impotente como vocês todos.

Em Cuba, a internet é controlada pelo estado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Blogger ECOLOGIA EM FOCO disse...

Minha cara co-patrícia Sonia van Djick. Apresento-me: eu sou Breno Grisi.
O artigo que você roga aos brasileiros conscientes (palavras minhas) para divulgar, parece longo mas é curtíssimo, diante do que os asseclas e caudatários do Rei Lula fizeram (e ainda deverão fazer...).
Será isto um carma?
É triste relembrar aqui o que apareceu escrito numa faixa de protesto realizada em Nova York (talvez ostentada por um brasileiro revoltado): "No Brasil, quem elege Presidente não é quem lê jornal...mas quem limpa a bunda com ele". Pode até haver um certo exagero, mas... É mentira???
ÊLE vai permanecer sim.
"O eleitor/cidadão que se contenta com o mínimo para viver, não tem capacidade para discernir o que lhe é oferecido daquilo que ele merece receber". Ou seja, não há o menor interesse desse governo que se diz socialista, em proporcionar meios ao cidadão/cidadã em educar-se e criar consciência de sua situação (deveres, direitos, ter opinião própria...). Daí as bolsas, cestas básicas, cotas especiais para os socialmente injustiçados...
Vou divulgar o texto que você oportunamente nos passou. Mas provavelmente irá cair nas mãos de quem já sabe tudo sobre essa "síndrome brasileira".
B.G.

ceight disse...

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