quarta-feira, novembro 12, 2008

A Rede Globo e a casa de damas da noite



José Virgulino de Alencar

A Rede Globo de televisão se outorgou o diploma de mandatária do Brasil, dando ordens na política, na economia, na formação do povo brasileiro, na moral, na ética, enfim, quer ser a donatária do País, como se a nação brasileira ainda fosse uma capitania/colônia subordinada a um império.

Ao mesmo tempo em que seus telejornais bradam contra crimes e combatem as organizações criminosas que abastecem o país de drogas, perpetram seqüestros e assassinam jovens; alardeiam hipocritamente as ocorrências e conseqüências dos acidentes de trânsito; fazem “humanitárias” campanhas dizendo-se levar esperança às crianças; repito, ao tempo em que mostram esse lado soi disant informativo e formador de opinião, a mesma Rede, em sua programação de novelas, seriados, reality shows, como em talk-shows e nos programas de auditórios, exibe, com a maior sem-cerimônia, o sexo prematuro, promíscuo, anômalo, fetichista, sadista, masoquista, safista, onanista, tudo isso em qualquer horário.

Virou moda e é comportamento recorrente o fato de toda novela ter homens com várias mulheres, mulheres com vários homens, filhos sem pai e filhas sem mãe, como já se tornou figura carimbada o personagem homossexual, masculino, feminino, transexual, ativo ou passivo.

Esclareça-se que os personagens da sexualidade não convencional não estão ali para se discutir educativamente o fenômeno, que é sério, mas para arrastar IBOPE, aproveitando-se do congênito voyeurismo do ser humano, que nessa hora fica cego para uma realidade que pode entrar no seu lar e causar conseqüências nada agradáveis.

Agora mesmo, a globo está promovendo o concurso “Garota Fantástica”, iludindo jovens meninas imberbes à procura do sucesso e do estrelismo, não sendo leviandade afirmar que muitas delas, para alcançar esse pódio de garota do show da vida, passarão pela cama dos caçadores de talento, produtores, patrocinadores e agentes/empresários.

E depois que se tornam realmente estrelas, popstars, se dão ao luxo de mostrar, diante das câmaras de TV e principalmente em revistas como Caras, sua vida livre, exibindo como troféus seus namorados, um diferente a cada ano.

E vão rápido para as páginas da Playboy, em ensaios impróprios para menores, mas abertos facilmente a crianças em formação. E a justificativa, ridícula, de que as fotos são de bom gosto, o nu é “artístico”, como se tivesse arte em mostrar uma foto com a mulher de pernas abertas, passando um barbeador nos pelos pubianos.

Toda essa circunstância de libertinagem tem início nos programinhas de fim de tarde da Rede Globo, como Malhação, que expõe cenas com adolescentes fazendo sexo livre, faltando pouquíssimo para ser rasgadamente explícito.

Liberdade é uma coisa a se defender e preservar a qualquer custo. Libertinagem é outro departamento, para cujos abusos existem leis classificando e regulamentando, prevendo penas para quem ultrapassar os limites legais.

Infelizmente, o problema do Brasil é que, quem tem a consciência do controle social não tem poderes, e quem tem poderes não tem consciência para exercer o controle.

E o Brasil está superando até o Cabaret de Hosana, tradicional casa de damas da noite de João Pessoa, aqui na Paraíba, onde havia discrição e respeito, porque o que lá acontecia não chegava jamais às crianças.

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