
Guy Joseph
Por volta do longínquo ano de 1850, vaqueiros que procuravam bois desgarrados, avistaram fumaça que se erguia ao pé de uma grande rocha. Achando estranho foram verificar o fato e encontraram embaixo de um cajueiro uma mulher branca e um escravo. Ela se dizia senhora de um engenho em Pernambuco e se chamava Inês. Os vaqueiros logo desconfiaram que ela estivesse fugindo.
Aos poucos, o lugar foi sendo frequentado, pois a mulher e seu escravo serviam alimentação para os viajantes, que se deliciavam com o sabor da comida da D. Inês. Em vista do acontecido o lugar ficou conhecido como Serra de Dona Inês. Com o tempo a história foi sendo esquecida, mas o nome de Dona Inês se conservou até hoje. Dessa mulher e do escravo ninguém mais ouviu falar. Próximo ao local existia um poço com água de ótima qualidade onde os vaqueiros e viajantes que ali passavam se serviam. Pouco tempo depois começaram a surgir alguns sítios e fazendas, na região.
A primeira casa do povoado foi construída pelo padre José Teixeira e a capela foi erguida em 1905 em homenagem a Nossa Senhora da Conceição. A emancipação política se efetivou no ano de 1959. Ao visitarmos a cidade de Dona Inês, procuramos conhecer melhor a história da fundação do Município e verificar o que era lenda, acontecimentos ou fatos reais, que nos desse alguma pista, para desvendar parte da memória local. Infelizmente, sabe-se muito pouca coisa.
Segundo relatos orais, Dona Inês seria a filha de um poderoso Senhor de Engenho de Pernambuco, que se apaixonara por um negro escravo. Este, temendo ser morto pelo pai da moça, resolveu fugir. Dona Inês o acompanhou na fuga, tendo os dois enamorados chegado a um local, onde existiria um Quilombo. Por estar acompanhado de uma mulher branca, o escravo fugitivo não pode ser acolhido pelos irmãos de raça, ficando o casal acampado às margens de um lago, no pé de uma serra, quando foram vistos por tropeiros e viajantes.
A história ou lenda é muito interessante e contém todos os ingredientes de um romance, que poderia ser bem trabalhado, para chamar a atenção para a cidade de Dona Inês, atraindo investimentos, visitantes e turistas. Esse tema daria para ser transformado em filme ou novela, bem ao estilo de “Romeu & Julieta”, resgatando a memória do surgimento da localidade.
Atualmente, o local denominado pelos habitantes, como Recanto de Dona Inês, encontra-se em acelerado processo de destruição patrocinado por uma pedreira, que faz a extração e exploração de rocha, para transformação em paralelepípedos e brita.
Lamentavelmente, uma parte da história de Dona Inês, pode virar pó.
Nota: Texto extraído do site "Sim, Paraiba" que vocês poderão acessar na lista de LINKS, alí do lado direito de quem vai! H.C.
3 comentários:
Muito interessante o comentário do conterrâneo Guy Joseph sobre as origens do Recanto de D. Inês.
Ah! se filmar fosse só uma câmera na mão e uma idéia na cabeça!!!
Uma curiosidae: quem nasce em D.Inês é chamado de ...???
Meu caro Breno Grisi: sei que filmar, não é só, uma camera na mão e uma idéia na cabeça... aliás, esse conceito equivocado, que formou uma multidão de "cineatas" (com uma camera na cabeça e uma idéia na mão), graças a Deus está sepultado.
A minha intenção, ao sugerir trabalhar o tema, era no sentido de provocar o interesse e a curiosidade das pessoas, para que se pesquisasse a história e isso pudesse resultar, no final, em algum texto que pudesse se tranformar em roteiro cinematográfico. Com seriedade. O financiamento poderia vir das Leis de incentivo à cultura do Minc, junto com a prefeitura local. Afinal de contas, inúmeras são as Prefeituras, que gastam verdadeiras fortunas, contratando as horrorosas bandas de forró de plástico! Bem que poderiam financiar o resgate de sua própria memória e história.
Os cidadãos de Dona Inês, se auto denominam de donainesenses.
Um grande abraço
Guy Joseph
Pôxa muito interessante essa idéia de se fazer um documentário sobre a história do surgimento de nossa cidade. Eu seria umvoluntário para qualquer que fosse a minha colaboração. Esse assunto me fascina
Postar um comentário