sábado, maio 26, 2012

Tiro&Queda 26.5.12 sábado

Eduardo Almeida Reis


Comercial de graça – Com todo o respeito pelos demais restaurantes de Minas, o melhor filé ao alho servido nos 853 municípios, sem exclusão da capital, é o do Bufê Carolina, em São João Nepomuceno, Zona da Mata, comandado pelo chef Marcelo Fam.

Considerando que aquele município ainda não tem hotéis que se comparem ao Burj Al Arab, de Dubai, ao Plaza parisiense e ao Ritz londrino, é de todo recomendável que o mineiro leve chofer abstêmio ou tenha amigo com sítio nas imediações, pois a caípi de lima-da-pérsia também é excelentíssima: homens sérios e mulheres seriíssimas bebem, e não é pouco.

O restaurante funciona para almoço e jantar aos sábados, domingos e feriados, e para jantar nos outros dias da semana. Fecha às segundas-feiras. E os preços, caro e preclaro leitor, são mais que razoáveis, parecendo preços europeus e norte-americanos, nestes dias em que os restaurantes brasileiros são os mais caros do mundo.

Cahiers de voyage – Piraúba se alegra com a sua visita, diz a placa afixada à entrada da cidade, que tem por si a glória suprema de ter dado ao mundo o publicitário e chef amador Edgard Mello. Isto posto, cabe a pergunta: por que não pintar de amarelo os quebra-molas da zona urbana?

Depois de muito philosophar e de xingar as mães de todos os sujeitos que construem (prefira, jovem revisor) quebra-molas, acabei encontrando utilidade para os malditos redutores de velocidade: servem para tornar a acender os charutos. Mesmo os cubanos de boa procedência deram para queimar mal; nos quebra-molas, isqueiro neles!

Agora, uma coisa que duvido que o leitor acerte: que existe em comum entre Belo Horizonte, Piraúba e Guarani, aquele mesmo que um pastor ou padre radiofônico, há 30 anos, chamava de Gorani? Já sei que você não vai acertar, por isso conto: Guarani, Piraúba e BH têm radares funcionando em suas ruas, ao contrário dos radares das rodovias federais e estaduais, quase todos desligados.

Nessas rodovias, o desligamento é um perigo, porque os motoristas dos caminhões, que as conhecem, passam chutados pelos radares. Se o paisano diminui a velocidade com medo da multa, o caminhão que vem atrás não para.

Até o gato lá de casa está ciente do nome do bandido que coordena as instalações dos radares estaduais e federais: só as autoridades não sabem ou fingem não saber.

Providência admirável – Obra muito bem a Justiça de Minas quando ameaça soltar, por ordem e conta do Supremo Tribunal Federal, cerca de 10 mil traficantes de drogas presos, aguardando sentença que os condene ou absolva do crime hediondo. São rapazes e moças em idade de trabalhar. Trabalho de traficante, homem ou mulher, é no tráfico.

Onde a providência admirável? Ora, na assepsia social que certamente fará. Assepsia no sentido de conjunto de meios, especialmente físicos, usados para impedir a entrada de germes patogênicos no organismo social e prevenir infecções.

Por quê? Ora, porque os 10 mil serão reduzidos à metade no decorrer do primeiro ano de volta ao tráfico. Elementar, meu caro Watson: serão mortos pelos traficantes que tomaram seus pontos de droga, ou matarão seus rivais, o que significa a mesma coisa no capítulo da limpeza social. Falou?

Aeroportos – Sem essa de Confins e Galeão, que ficam no fim do mundo. Basta dizer que o Aeroporto de Confins fica pra lá da Cidade Administrativa, que, por sua vez, já está adiante do fim do mundo. Em BH, aeroporto é o da Pampulha, hoje chamado Carlos Drummond de Andrade; no Rio é o Santos Dumont, com a opção daquele que fica na Barra da Tijuca, outro fim de mundo.

Surpresa, para mim, foi a notícia de que aos domingos há voo baratíssimo Santos Dumont-Pampulha, coisa de 160 reais. O trajeto é divertido: Rio, Vitória, Governador Valadares, Belo Horizonte. Passando por Moscou e Tóquio deve ser de graça.

O mundo é uma bola –  26 de maio de 1538: Genebra expulsa João Calvino, no que obrou muitíssimo bem. A biografia de Calvino, nascido Jean Cauvin, na Picardia, norte da França, é muito grande para caber aqui. Recomendo ao leitor que estude o calvinismo, que, apesar dos pesares, deve ser menos ruim do que o islamismo de Bin Laden.

Hoje é dia especial para os meus amigos portugueses, que são muitos: em 1644, tropas portuguesas derrotaram as espanholas na Batalha de Montijo. A exemplo dos cruzeirenses e dos atleticanos, tudo que os portugueses e os espanhóis sempre quiseram foi comer os fígados uns dos outros, até porque comer o próprio fígado fica meio difícil. Por falar nisso, pergunto: você já comeu umas iscas à moda do Porto?

Hoje é o Dia do Revendedor Lotérico.

Ruminanças – “Holandês não é idioma. É doença na garganta” (L. O. Pires Leal).


               

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