Do Livro de poemas de Ronaldo Cunha Lima ("Poemas Amenos - Amores Demais"), entre muitas excelentes poesias, destaco o soneto a seguir, como homenagem ao poeta, que Deus o chamou para perto Dele.
A PAISAGEM E O DETALHE
(Do Livro “Poemas Amenos – Amores Demais”
Ronaldo Cunha Lima
Da paisagem, fui apenas um detalhe,
Do horizonte um ponto inatingido,
Na peça trabalhada fui entalhe,
Fui retalho do mármore esculpido.
Na travessia do barco, fui encalhe,
Fui aparte em discurso proferido,
Entre avenidas, fui apenas calhe,
Fui casebre de um morro escondido.
Fui a curva do espaço percorrido,
Na oração fiquei subentendido,
Fui devoção, fui reza e achincalhe.
Fui sede e você foi minha fonte,
Fui miragem, você foi o horizonte
Da paisagem onde apenas fui detalhe.
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Ainda como homenagem ao poeta que se foi, mas que sua obra o faz continuar entre nós, transcrevo o poemeto que fiz, em junho de 2004, na época em que Cozete Barbosa era Prefeita, quando, no maior São João do Mundo, já fora do poder, o criador do evento não foi convidado a entrar no Parque do Povo:
RONALDO E O PARQUE DO POVO
José Virgolino de Alencar
O Maior São João do Mundo,
Que dele é obra prima,
Não fecha nem um segundo
Pra Ronaldo Cunha Lima.
Deixar o vate de fora
Da obra que ele fez,
O povo de Campina chora
Ante tal desfaçatez.
Una-se gente de Campina
Que a Ronaldo adora
E pega aquela menina,
Manda ela ir embora.
Nos braços dos campinenses
O poeta entra no Parque,
Enquanto os cozetenses
Dão no pé com sua claque.
Entra, poeta, e caminha
Sob o aplauso do povo
Que a teu lado se alinha,
E o Parque é teu de novo.
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