quinta-feira, março 22, 2012

O Sacripanta fugiu!

Rogério Pagnan

Folha.com - Polícia acredita que Roger Abdelmassih esteja no exterior.

Passados quase quatro meses de sua fuga, a polícia de São Paulo ainda não conseguiu capturar o médico Roger Abdelmassih, 67. Das poucas pistas obtidas até agora, a principal delas já o coloca fora do Brasil.

Abdelmassih usou a fronteira com o Paraguai, foi para o Uruguai (onde teria conseguido um passaporte falso) e embarcou para o Líbano, disseram à Folha policiais que participam das buscas. O médico tem origens libanesas.

Se as suspeitas dos policiais estiverem corretas, uma eventual prisão de Abdelmassih fica muito mais complicada. Isso porque o Líbano não tem tratado de extradição com o Brasil.

Mesmo que venha a ser preso pela Interpol, o Líbano pode negar a entrega do foragido brasileiro.

Um tratado chegou a ser assinado em 2002, segundo o Itamaraty, mas apenas o lado brasileiro ratificou o acordo. Para ter valor, como um contrato, os dois lados precisariam feito essa ratificação.

Até então, a polícia suspeitava que ele estivesse no interior de São Paulo. Segundo a Folha apurou, uma propriedade em Avaré chegou a ser vasculhada. Na semana passada, uma clínica da capital também foi alvo de uma incursão da polícia.

Em 2010, Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão por ter estuprado ou violentado 37 mulheres entre 1995 e 2008. As vítimas eram pacientes e funcionária de sua clínica de reprodução.

O médico, que teve seu registro profissional cassado, sempre negou os crimes.

As primeiras suspeitas contra o médico foram reveladas pela Folha em 2009.

Depois da reportagem, uma série de vítimas procuraram a Promotoria para denunciar abusos. Naquele mesmo ano, ele foi ficou preso entre agosto e dezembro.

No final do ano passado, a juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, determinou a prisão de Abdelmassih quando a Polícia Federal informou que o médico tentava renovar seu passaporte.

O advogado José Luís de Oliveira Lima, um dos defensores do médico, nega que ele quisesse fugir. Tentava apenas renovar o documento, o que é permitido por lei. O defensor não quis comentar sobre a fuga.

Lima diz que espera a condenação chegar à segunda instância para apresentar defesa e tentar inocentar o cliente . "De toda as acusações", afirma.

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